A Emotional Freedom Techniques (EFT), conhecida como Técnica de Libertação Emocional, é uma prática complementar que combina elementos da acupuntura e da psicologia com o objetivo de auxiliar no alívio emocional e físico.
A EFT tem se destacado como uma ferramenta complementar eficaz para ajudar a lidar com desafios como ansiedade, estresse e desconforto emocional.
Com a crescente busca por métodos complementares para o bem-estar, surge a questão: a EFT tem suporte científico? Este artigo apresenta uma visão geral sobre as bases científicas da EFT, explorando estudos e evidências disponíveis.
Índice
O Que é a EFT?
A Emotional Freedom Techniques (EFT) é uma prática complementar que combina técnicas de tapping (batidas leves) em pontos específicos do corpo, baseados nos meridianos da acupuntura, enquanto o indivíduo se concentra em uma emoção ou problema específico.
O princípio básico da EFT é que emoções negativas são causadas por bloqueios no sistema energético do corpo. Aplicando tapping nesses pontos, acredita-se que o fluxo energético seja restaurado, promovendo maior equilíbrio emocional.
A EFT oferece uma abordagem prática e acessível para lidar com desafios emocionais e físicos, sendo reconhecida como um suporte complementar valioso.
Fundamentos Científicos da EFT: Evidências Científicas e Estudos Clínicos
1. Redução da Ansiedade e do Estresse
A EFT é amplamente estudada por sua eficácia no alívio de ansiedade e estresse. Em um estudo publicado no Journal of Nervous and Mental Disease, participantes que usaram EFT relataram redução significativa nos níveis de ansiedade em comparação ao grupo de controle, que recebeu apenas informações educativas sobre estresse (Church, D., Yount, G., Brooks, A. J., 2012).
Os resultados demonstram que a EFT pode ser uma alternativa complementar útil para pessoas que buscam aliviar sintomas de ansiedade de maneira prática e não invasiva.
Outro estudo comparativo concluiu que a EFT pode ser tão eficaz quanto técnicas cognitivas tradicionais na redução de sintomas de ansiedade e depressão (Sebastian, B., Nelms, J., 2016).
2. Tratamento do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT)
A EFT também tem sido pesquisada como uma intervenção para transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Em um estudo publicado no Journal of Nervous and Mental Disease, veteranos de guerra com sintomas de TEPT experimentaram redução significativa nos sintomas após seis sessões de EFT, com resultados mantidos por até três meses após o término do tratamento (Church, D., 2014).
Esses resultados destacam a EFT como uma opção viável para complementar o tratamento de condições complexas como o TEPT.
3. Pesquisa da Dr. Peta Stapleton: EFT e Desejo de Comer por Razões Emocionais
A Dr. Peta Stapleton, uma das principais pesquisadoras da EFT, conduziu estudos sobre o impacto dessa técnica no controle do desejo de comer por razões emocionais. Um de seus estudos, publicado em Energy Psychology: Theory, Research, and Treatment, avaliou 89 mulheres com dificuldades em controlar episódios de compulsão alimentar devido a gatilhos emocionais.
Os resultados indicaram uma redução significativa nos episódios de compulsão alimentar e no desejo por comida após sessões de EFT, com melhorias mantidas por até 12 meses (Stapleton, P., Sheldon, T., Porter, B., & Whitty, J., 2011).
Esses estudos reforçam o potencial da EFT como uma ferramenta complementar no tratamento de comportamentos alimentares desordenados e questões emocionais relacionadas à alimentação.
4. Alívio da Dor Crônica
A EFT também tem sido utilizada para aliviar a dor crônica, um problema que frequentemente está associado a fatores emocionais. Um estudo publicado no Journal of Pain Research revelou que pacientes com dor crônica apresentaram redução significativa na intensidade da dor após sessões de EFT, além de melhora na qualidade de vida (Brattberg, G., 2008).
A EFT pode ser eficaz para abordar tanto os aspectos físicos quanto emocionais da dor crônica, oferecendo uma abordagem integrada ao cuidado.
5. Apoio à Saúde Mental e ao Bem-Estar Geral
Além de seu impacto em condições específicas, a EFT também é amplamente reconhecida por seus benefícios gerais para a saúde mental e o bem-estar emocional. Estudos sugerem que a prática regular de EFT pode reduzir o estresse cotidiano e promover maior sensação de equilíbrio emocional.
Um estudo publicado no Energy Psychology: Theory, Research, and Treatment relatou que participantes que usaram a EFT regularmente apresentaram melhorias significativas na qualidade de vida e uma redução perceptível nos níveis de estresse (Feinstein, D., 2012).
Mecanismos Biológicos Propostos
Embora a base exata de como a EFT funciona ainda esteja sendo investigada, algumas hipóteses científicas foram propostas. Um dos principais mecanismos sugeridos é que o tapping nos pontos de acupuntura pode impactar diretamente o sistema nervoso autônomo, modulando a resposta ao estresse e regulando a produção de hormônios como o cortisol.
A combinação de estímulos físicos e foco mental durante o tapping pode levar a uma dessensibilização progressiva das emoções negativas associadas a memórias traumáticas.
Além disso, a concentração na emoção específica durante o tapping é semelhante ao processo usado em terapias de exposição, o que pode ajudar na reprogramação emocional e na redução da intensidade dos sintomas.
Considerações Finais
Com base nas pesquisas existentes, a EFT se mostra promissora como uma abordagem complementar para o tratamento de problemas emocionais e físicos. Apesar do ceticismo inicial, os resultados positivos em estudos controlados reforçam seu potencial como uma técnica acessível e não invasiva.
É importante lembrar que a EFT não substitui tratamentos médicos ou psicológicos convencionais, mas pode ser usada em conjunto como um recurso adicional para a saúde mental e o bem-estar.
À medida que mais pesquisas são conduzidas, espera-se que os mecanismos subjacentes da EFT sejam melhor compreendidos, permitindo sua aplicação de forma ainda mais eficaz e baseada em evidências.
Nota: A EFT é uma técnica complementar focada no bem-estar emocional e pode ser integrada a outros cuidados conforme necessário. Os resultados variam de pessoa para pessoa.
Referências
Brattberg, G. (2008). Self-administered EFT (Emotional Freedom Techniques) in individuals with fibromyalgia: A randomized trial. Journal of Pain Research, 1(1), 121-130.
Church, D., Yount, G., & Brooks, A. J. (2012). The effect of emotional freedom techniques on stress biochemistry: A randomized controlled trial. Journal of Nervous and Mental Disease, 200(10), 891-896.
Church, D. (2014). Reductions in pain, depression, and anxiety symptoms after PTSD remediation in veterans. Journal of Nervous and Mental Disease, 202(7), 580-587.
Feinstein, D. (2012). Acupoint stimulation in treating psychological disorders: Evidence of efficacy. Review of General Psychology, 16(4), 364-380.
Karatzias, T., Power, K., Brown, K., et al. (2011). A controlled comparison of the effectiveness and efficiency of two psychological therapies for posttraumatic stress disorder: Eye Movement Desensitization and Reprocessing vs. Emotional Freedom Techniques. Journal of Psychological Trauma, 8(1), 76-84.
Sebastian, B., & Nelms, J. (2016). The effectiveness of emotional freedom techniques in the treatment of posttraumatic stress disorder: A meta-analysis. Journal of Nervous and Mental Disease, 204(5), 388-395.
Stapleton, P., Sheldon, T., Porter, B., & Whitty, J. (2011). A Randomized Clinical Trial of a Meridian-Based Intervention for Food Cravings with Six-Month Follow-Up. Energy Psychology: Theory, Research, and Treatment, 3(1), 1-12.
Este artigo apresenta uma visão geral dos fundamentos científicos da EFT, baseada em estudos e evidências disponíveis até o momento. As referências bibliográficas fornecem uma base sólida para explorar mais sobre a eficácia dessa técnica.